Oposição critica Jardim e teme efeitos do "mau" plano
"O presidente do Governo reconheceu que a região estava à beira do colapso financeiro e nesse sentido reconhece a dureza das medidas que anuncia, o que não parece reconhecer é a responsabilidade pelas opções passadas apesar de hoje ter dito que a dívida é dos madeirenses e que tem de ser paga pelos madeirenses", afirmou à Lusa o líder regional do Partido pelos Animais e pela Natureza, Rui Almeida.
O também deputado declarou que "a maioria dos madeirenses não aprova que as obras tenham sido feitas a crédito para agora ser obrigada a pagar, de forma coerciva e quase desumana, a fatura".
Já o presidente do PTP-Madeira, José Manuel Coelho, considerou que Alberto João Jardim "entregou os madeirenses à 'troika' e ao Governo central, que é comandado pelos banqueiros e capitalistas".
"O contrato que Jardim assinou é o colapso da economia regional", advertiu, lamentando que o chefe do executivo insular não tenha assumido as responsabilidades pela situação a que chegou a Madeira: "Engordou a sua oligarquia que enriqueceu escandalosamente e agora faz com que o povo, depois de ser roubado, tenha de pagar com grandes sacrifícios esta desgovernação e este regabofe".
Para Edgar Silva, o coordenador regional do PCP, este acordo "é de facto a declaração de rendição de Alberto João Jardim, o fim da novela de fingimento em que tentou dar a ideia que estava renitente e de luta dura em defesa dos interesses dos madeirenses".
O também deputado do PCP sustentou que se "confirmam as piores indicações, que vai trazer mais empobrecimento para a região e maior exploração para a população".
Edgar Silva diz que o aumento confirmado de todos os impostos "terá um efeito desolador e será um dilúvio para a economia".
O líder do MPT, João Isidoro, considerou que "este é sempre um mau acordo independentemente de um ou outro aspeto menos gravoso, porque é um acordo que aumenta brutalmente os impostos e vai, naturalmente, afetar ainda mais a economia das empresas e as famílias".
O responsável do Partido da Terra reafirmou que "o principal responsável pela situação a que chegou a região é o PSD porque sempre governou com maioria absoluta", acrescentando que "era importante a solidariedade do Estado para a Madeira e madeirenses, o que infelizmente não aconteceu".
"Este mau acordo para a Madeira é da responsabilidade exclusiva do Governo do PSD/CDS", sustentou João Isidoro.
Por seu turno, Baltasar Aguiar, o dirigente regional do PND, referiu que noutro tempo "quanto alguém declarava falência vestia luto carregado, mas o dr. Jardim declarou falência mas vestiu cores garridas, uma gravata azul e amarela de mau gosto, o que é o sinal da Madeira Nova".
"O dr. Jardim foi hoje declarado falido pelo Estado e vai ser vigiado, com rédea curta", disse, aconselhando o "primeiro-ministro a ter muita força porque o cavalheiro é difícil de segurar".